sábado, 16 de fevereiro de 2008

Huis Clos (Sem Saída) , de Jean Paul Sartre

Estreia
M/16
Duração – 90 minutos
17 de Fevereiro 21h30 Auditório Fernando Lopes-Graça

Tradução: José Vaz; Encenação: José Vaz; Intérpretes: Anabela Neves, João Vasco Henriques, Rui Silva e Vanessa Soares; Figurinos: José Vaz, São – Oficina dos Farrapos; Grafismo: Jorge Xavier e Nuno Nascimento; Desenho e Operação de Luz: Jorge Xavier; Cenografia: Jorge Xavier; Produção Executiva: Joana Nascimento

Um espectáculo O Grito

Imagine um lugar do qual não possa escapar. Coloque-se nele ao lado das duas pessoas que mais o incomodam. Bem vindo ao inferno de Sartre. O inferno de Sartre é uma parábola da vida. Um inferno diferente. Um inferno sem privacidade, nem noite, nem sono. Nele todos estão em eterna vigília. “O inferno são os outros”. Esta frase resume bem “Huis Clos”. É, sem dúvida, uma afirmação, hoje mais do que nunca, incómoda, mas talvez oportuna, numa sociedade crescentemente dominada pelos valores da imagem e da aparência. Esta peça foi escrita por Jean-Paul Sartre em 1944, durante a ocupação nazi de Paris, mas os seus temas permanecem actuais. A velocidade da vida moderna, a ambiguidade moral, a busca hedonista, a vaidade social, são abordados de forma irónica e provocadora. Os personagens vão permanecer juntos por toda a eternidade e cada um revelar-se-á o inferno do outro. Mesmo necessitando uns dos outros, eles não cedem. Neste microcosmos fica patente a falta de cumplicidade entre as pessoas, a dificuldade de se tentar entender o outro e conviver com as diferenças de cada ser humano. “Huis Clos” põe a nu a hipocrisia de uma sociedade onde cada um se baseia no próximo para se poder comparar, reconhecer ou competir, onde cada um projecta no outro toda uma carga de culpa, eximindo-se à responsabilidade própria. O inferno experimentado pelos personagens prefigura o mundo contemporâneo, unificado pela tecnologia, imobilizado pelo pragmatismo e preso à monotonia da repetição massificadora. Talvez esta seja, por isso, uma boa altura para retornar a Sartre.

Sobre o grupo:
O Grito iniciou a sua actividade em 1995, no Centro Cultural e Desportivo de Pinhal Vidal, em Corroios. Desde 2002, o Grito desenvolve, na Casa Municipal da Juventude - Centro Cultural Juvenil de Sto. Amaro (“Casa Amarela”), em Almada, freguesia do Laranjeiro, a par da criação de espectáculos e de múltiplas acções de dinamização cultural, programas de formação e iniciação nas diversas disciplinas técnicas e artísticas ligadas ao mundo do espectáculo, dirigidos a variados grupos etários e sócio-profissionais, com destaque para as populações juvenis. Integrando os seus formandos, o seu elenco e equipa técnica permanentes, ou outros elementos convidados, os espectáculos d’o Grito percorrem linguagens e estéticas muito diversificadas, procurando promover, para lá do mero entretenimento, a criação de espaços mobilizadores da consciência crítica e cultural.

12ª MOSTRA DE TEATRO DE ALMADA

Assessoria de Imprensa
Cláudia Matos
Rodrigo Vilarinho
www.mostradeteatrodealmada.blogspot.com

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