LINDOS DIAS - teatro
PRIMEIROS SINTOMAS
Enterrada, primeiro pela cintura, depois pelo pescoço, no montículo de um descampado de erva queimada, debaixo do sol a iluminar um dia sem começo nem fim, Winnie fala no deserto, por meio de um jogo solitário, preenchido por pequenas rotinas (acções quotidianas), evocando histórias antigas - restos, bocados do que se adivinha ter sido o seu passado - num discurso imperfeito, pautado pelas imprecisões da linguagem e da memória e pontuado de vez em quando pela presença de Willie, o marido, que mal se adivinha por detrás do montículo. Depois de Endgame os Primeiros Sintomas voltam a Samuel Beckett, com a peça Lindos Dias (Happy Days), de novo com encenação de Bruno Bravo. A tradução, original, a partir da versão inglesa, é de João Paulo Esteves da Silva com a colaboração Miguel Castro Caldas. Winnie é interpretada por Raquel Dias e Willie por Gonçalo Amorim.
Com Lindos Dias, Primeiros Sintomas inicia uma trilogia que pretende colocar em espaços alternativos textos incontornáveis de dramaturgia universal evidenciando personagens femininos. Os espectáculos que se seguem são Hedda Gabler de Henrik Ibsen e Menina Júlia de August Strindberg. Os três espectáculos decorrerão, ao longo do ano de 2009, no Negócio em co-produção com a Galeria Zé dos Bois