Monstruosas novas
O número de Janeiro da revista Os Meus Livros considerou "Já não há maçãs no Paraíso" de Max Tilmann como um dos 20 melhores livros editados em 2007. O que muito nos surpreende uma vez que muito raramente livros ilustrados são considerados neste tipo de listas. Mais feedback, da parte de David Soares e da revista Umbigo, ler mais abaixo ou no blogue da Chili Com Carne:
www.chilicomcarne.blogspot.comFicha técnica:
edição MMMNNNRRRG; 2007
128p. 2 cores, 25x20 cm ao baixo, capa dura 2 cores
ISBN: 976-972-98527-5-6
Novo livro de Max Tilmann, pintor e dramaturgo, nascido a 4 de Abril de 1955 em Oldenburg (Alemanha). Estudou na Academia de Artes de Düsseldorf, influenciado pela obra e pela personalidade de Joseph Beuys. Vive em Londres desde 1985.
PVP: 15€ (desconto de 20% para sócios no site da
Chili Com Carne)
à venda:
Almedina Atrium Saldanha, Ao Sabor da Leitura (Moura),
Arquivo (Leiria),
Book&Shop, FNAC,
Letra Livre,
Matéria-Prima (Lisboa e Porto),
Mongorhead,
The Shoppe Bizarre, Utopia (Porto),
Tubo d'Ensaio (Figueira da Foz) e
Velha-a-Branca (Braga). Brevemente na Central Comics.E na
Panta Rhei (Madrid),
Sens Entido (Madrid) e Neurotitan (Berlim - brevemente)....
Feedback: É na terra que tudo se constrói, mesmo as possíveis representações do céu. Se no livro anterior Max Tilmann invocava as palavras do profeta Jeremias, colocando a memória e a responsabilidade no centro de toda a hipótese de redenção, neste novo opúsculo é de William Blake a epígrafe que fornece as linhas de leitura: “O que é o homem?/ Toda a Luz que o Sol mostrar/ Depende do nosso Olhar”. As composições que mostram pessoas em diferentes momentos da sua vida sexual e da expressão do seu corpo – e que poderiam corresponder a uma ideia literal do ‘pecado original’, a maçã que expulsou Adão e Eva do paraíso – alternam em sequência com as imagens que parecem elencar os pecados do mundo: terrorismo, discriminação racial, estigmas sociais, doença mental, perigo nuclear, tudo o que a cruz não redimiu (e por vezes, assumida noutros sentidos, apenas agravou). Não há paraíso algum quando olhamos à volta, quando acompanhamos a sequência de imagens de Tilmann. Dependerá do nosso olhar, como se lê em William Blake, e dependerá sobretudo do que pudermos fazer com a responsabilidade e a memória do mundo que se encontram no eixo da retórica plástica e narrativa de Tilmann. Mas para o olhar que literaliza a ideia do pecado original, a maçã é apenas uma maçã, e muito provavelmente estará putrefacta. (pontuação máxima 10)
Sara Figueiredo Costa / Os Meus Livros ... Se a maçã (do Paraíso) deve ser entendida como não somente o fruto proibido mas como aquele fruto que nos daria acesso ao conhecimento do Bem e do Mal, ou seja, um Verdadeiro Conhecimento, e portanto Para Além do Bem e do Mal, então poderemos ler este título de ecos tão bíblicos quanto o anterior como indicando ser possível um retorno ao Paraíso, através, quiçá, da sua reconstrução na terra, permitida pela tecnologia (um Paraíso 2nd life?), mas no qual jamais se poderá esperar reencontrar esse acesso, pecaminoso ou não. Não é possível saber. Tudo nos é permitido, mas é-nos vedado ser. (...) Pedro Moura / Ler BD … (...) O traço impulsivo e carregado faz lembrar, a alguma distância, as gravuras pré-históricas, mas transferidas para um moderno contexto apocalíptico como se os desenhos houvessem sido produzidos não pelas testemunhas das hecatombes ilustradas, mas pelos descendentes desses sobreviventes: serão, por conseguinte, objectos sagrados porque perpetuam a memória de um modo mítico. Não são documentos objectivos, como gravações de som e imagem conservados para análise futura, mas tótemes (...)
David Soares ... Será que já não existem maçãs no Paraíso? Max Tilmann (...) diz que não. (...) as imagens levam-nos a equacionar se existirá ou não um paraíso (...) Todas as possibilidades fazem parte deste livro que para além de quase bíblico é bastante metafórico Umbigo.
Marcos Farrajota / MMMNNNRRRG: www.gentebruta.pt.vu
CCC: www.chilicomcarne.com