terça-feira, 4 de março de 2008

Amor de Don Perlimplín no Museu da Marioneta - A Tarumba - Teatro de Marionetas

Amor de Don Perlimplín com Belisa no seu Jardim
Aleluia erótica em 4 actos de Federico Garcia Lorca
A Tarumba-Teatro de Marionetas

Museu da Marioneta 6 a 16 de Março Quinta a Sábado às 22h Domingos às 17h
Convento das Bernardas

A Tarumba-Teatro de Marionetas comemora em Março quinze anos de actividade com o espectáculo Amor de Don Perlimplín com Belisa no seu Jardim, de Federico Garcia Lorca no Museu da Marioneta. Peça emblemática da companhia, Amor de Don Perlimplín... obteve o Prémio para a Melhor Dramaturgia no Festival Internacional de Marionetas de Praga (Junho de 2001), tendo sido ainda nomeado para o prémio de Melhor Manipulação. Desde 1998 esteve presente em vários festivais internacionais, nomeadamente, Espanha, Brasil, República Checa, Índia, Paquistão, Hungria, Argentina, Inglaterra, Portugal, entre outros. Uma orquestra de câmara interpretará ao vivo a música de Lorca, bem como outras indicações deixadas pelo poeta, nos dias 13 a 16 de Março.

A adaptação de Amor de Don Perlimplín... vai ao encontro do primeiro esboço feito por Federico Garcia Lorca para este espectáculo, inspirado no Teatro de Aleluias da sua infância, e simultaneamente, presta homenagem ao poeta, acusado de imoralidade, traído pelos amigos e assassinado pela policia política de Franco. Opereta de câmara para marionetas no libreto original, Amor de D. Perlimplín..., foi recriada a partir da ideia original do poeta, com marionetas e música escrita por Lorca, recolhida por Gustavo Pitaluga junto das irmãs do poeta, Concha e Isabel.

Através deste espectáculo, onde predomina a técnica de fios aliada à técnica de vara e luva, em duas plataformas contíguas, as marionetas anatomicamente esculpidas em madeira, exibem perante nós a dor, o riso e a comoção de uma existência sonhada na terrível felicidade do efémero; um universo pontuado de gnomos e duendes, senhores do espaço e do tempo, animados por sistemas de fios e engrenagens complexas, desafiando-nos ao confronto com outras leis e outros espaços.

Objecto de um amor logrado, Don Perlimplín, senhor de muitas terras, gansos e ovelhas, assume aqui a personagem de um velho ridículo de alma pura e virginal como uma criança. Envelhece sem chegar a conhecer verdadeiramente a vida. Descobre o amor num casamento imposto pela criada (Marcolfa, alter ego de sua mãe), momento iniciático este, em que espreita o corpo de Belisa. Belisa é um belíssimo animal sem alma, dorme com as cinco raças da terra e na manhã seguinte à noite de núpcias, Don Perlimplín acorda cruelmente adornado com um par de cornos dourados e florescidos. O Amante espera ser imolado pelo sacrifício. Na aparente sagração do amor, Don Perlimplín arquitecta todo um plano oculto de vingança. Faz-se passar por um belo jovem, embuçado na sua capa vermelha, conquista o coração de Belisa, desespera-a de amor, para no final...“Vítima de aparentes intrigas, perdas inexplicáveis dos sucessivos manuscritos; perseguida pela polícia e retida durante anos acusada de imoralidade; publicada à sombra das obras "maiores" do poeta, Amor de Don Perlimplín é sem dúvida uma obra chave na produção de Lorca”.

Morrem cedo aqueles a quem os Deuses fadaram.
VIVA FEDERICO! VIVA LORCA!

"Este Amor de Don Perlimplín com Belisa no seu Jardim revela-se (...) um prazer/revelação (...) ou ainda pelos magníficos bonecos - verdadeiras peças de arte - que a própria companhia elaborou (...). Excelentes vozes, boa técnica a nível de manipulação, dramaticidade e alegria q.b. conferindo às personagens a veracidade e vida necessárias, fazem deste espectáculo um tributo à espontaneidade e à criatividade." - Pedro Teixeira Neves (Semanário, 7/12/96)

"Essas características - o humor e a poesia inconfundível de Lorca - não se perdem nesta produção da Tarumba, um grupo que se tem afirmado neste género de teatro, apurando muito as formas de manipulação e criando espectáculos exigentes. É o caso deste Dom Perlimplim". - Manuel João Gomes (Público, 6/2/97)

A Tarumba - Teatro de Marionetas CAMa - Centro de Artes da Marioneta
Tel.+Fax: 21 242 76 21
http://www.tarumba.org/
info@tarumba.org
ruteribeiro@tarumba.org
Convento das Bernardas
R. da Esperança, 152
1200-660 Lisboa
Portugal

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