terça-feira, 15 de abril de 2008

PRÉMIO NOBEL DA FOTOGRAFIA 2008

Exposição de Fotografia
Data: 02 Maio a 24 Maio 2008
Local: Galeria de Arte AMG - Corroios
(após as bombas da Galp)
Dias úteis e Sábados
PRÉMIO NOBEL DA FOTOGRAFIA é o título da Primeira Retrospectiva da carreira fotográfica de Caiado, um autor de Almada que tem consagrado os seus disparos ao universo intimista na linha mais vanguardista da escola francesa. Compreendendo um total de vinte e uma (21) exposições individuais instaladas entre Portugal e Espanha (onde foi responsável pela nova imagem da Hojarasca Danza entre 1997 e 2000), esta Primeira Retrospectiva começa exactamente em 1993, dois anos após Caiado ter adquirido a sua primeira máquina fotográfica.
Será certamente a parte mais interessante do seu percurso alternativo, sob o ponto de vista da originalidade, já que pode tomar-se contacto com uma série de soluções de improviso que permitiram ao fotógrafo executar eventos com alguma dimensão apesar da escassez de recursos nesta área.
Uma das suas características é precisamente apenas executar exposições inéditas, tal como a anterior CANIBAL PHOTOGRÁFICO (Navegador – Estaleiros Navais do Talaminho, Março 2008) em que foi sua modelo uma anterior secretária pessoal. Daí que o surgir desta Retrospectiva 1, na mesma sala de arte (por si inaugurada em 2006) onde expôs o primeiro trabalho documental de autor sobre Chelsea, leve alguns mais próximos a supor que Caiado poderá estar a preparar-se para abandonar a Fotografia. Um autor bastante polémico que tem conseguido manter-se como figura de proa de um inexistente 'undergound' artístico em Portugal. Com um relato de carreira escrito por Mónica Gorgulho em 2005 que conta algumas das razões do seu percurso até à exposição número cinquenta (50) e ainda a aguardar publicação, Caiado poderá estar a passar por uma fase de exacerbado desinteresse, para mais que se conhece agora o seu afastamento de todas as mulheres que acrescentaram volumetria ao seu percurso de autor.

Avesso à exposição mediática, é ainda uma incógnita a forma como este autor sobrevive, mantendo incólume um estilo de vida distinto e dispendioso. Furtivo, apenas deixa saber da parte estritamente estética do seu trabalho mas alguns documentos trazidos a público – como por exemplo o de Chelsea B304 e que, contra sua vontade foi linkado à única página minimamente credível sobre si (www.caiado.biz) – evidenciam uma dinâmica de conflitos e debate aceso sobre o lugar da fotografia.

PRÉMIO NOBEL DA FOTOGRAFIA é um bom exemplo da ironia e da oportunidade deste autor que ultrapassa no conceito da sua carreira o universo estritamente fotográfico, deixando sempre elementos sobre os quais reflectirmos. De facto, não se conhece um prémio Nobel para a nobre – e arriscada, por que não dizê-lo – Arte da Fotografia. Caiado descobre esta 'lacuna' e aproveita-a. E reclama aquilo a que acha ter direito.

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